terça-feira, 16 de setembro de 2014

People always leave..

Eu já a conhecia a algum tempo. Desde que havia mudado de colégio, sabia quem aquela menina era. Alta, magra, de uma beleza estonteante, dona de um sorriso encantador e cabelos que causavam inveja a qualquer um. Nem liso, nem ondulado, um castanho que ao sol ficava em um tom meio ruivo escuro. 
Dois anos depois, começamos a nos falar com mais freqüência, descobri a pessoa maravilhosa que Catharina era. 
Gostava de Los Hermanos, Beatles, Johnny Deep, Little Joy, de ler, e tinha como objetivo principal passar no vestibular e cursar medicina. 
Eu não era a única a acreditar no seu potencial. Ela era boa em muitas coisas. Em ouvir, em dar conselhos, boa com notas, com pessoas, sempre preocupada com as pessoas que estavam a seu redor. 
Metade dela havia ficado em São Paulo, cidade de onde ela vinha. Seu pai, amigos, enfim, sua infância. 
Catharina não sabia o bem que me fazia... tinha um poder sobre mim tão grande, era capaz de mudar meu estado de espírito em questão de minutos.
O que muitos não sabiam, é que eu sentia saudade de Catharina todos os dias. Mesmo a vendo diariamente, chorava de saudade.
Saudade porque não iria a ver todos os dias de minha vida. Saudade porque sabia que agora ela estaria ao meu lado, mas dentro de um ano não mais.
Quando você for se embora, me leve.
Se acaso você não possa me carregar pela mão, me leve no coração.
Se no coração não possa por acaso me levar, me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa por tanta coisa que leve já viva em seu pensamento, me leve no esquecimento.
‘’Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.’’
O pior é quando você vê a pessoa todos os dias e sente saudade. Eu sempre tive esse problema de sofrer por antecipação. É terrível. As pessoas só vão sofrer no dia em que ela for embora, mas eu, sofro desde já. O sofrimento é muito grande, sem querer fazer drama, não preciso disso. 
Catharina me ensinou muitas coisas... ensinou que não devemos confiar em qualquer um, ensinou que o amor realmente existe, pois eu a amo tanto, que só de pensar em perde-la, choro. Me ensinou a pensar mais nas conseqüências e no meu futuro. Me ensinou a ser mais responsável e mais centrada. Catharina me ensinou a viver.
As vezes a minha maior vontade era de abraçá-la. O abraço dela me confortava. 
O amor dela me aquecia, amenizava meu sofrimento.
Agradeço constantemente por ter Catharina em minha vida. 
Me ensinou a ver que nada é para sempre. Antes eu conhecia essa frase, mas não havia vivido de perto. Como já dizia Cássia Eller: “Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba...” 
É. Ele sempre acaba, mas o amor que levo comigo não.
Metade de Catharina havia ficado em São Paulo, e agora, a outra metade, comigo.

“Por você, eu dançaria tango no teto, eu limparia os trilhos do metrô, eu iria a pé do Rio á Salvador... Eu aceitaria a vida como ela é, viajaria a prazo pro inferno, eu tomaria banho gelado no inverno...’’

Even though we have to say goodbye
Keep me in mind... Keep me in mind.

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